Projeto antibullying da Escola Atuação une família, estudantes e educadores para identificar, acolher e promover o bem-estar emocional das crianças
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada dez crianças em idade escolar no mundo sofre com transtornos mentais, muitos deles causados por traumas vividos dentro ou fora da escola. No Brasil, casos de ansiedade, depressão e estresse tóxico têm crescido. Para enfrentar esse cenário, a Escola Atuação desenvolveu uma iniciativa de antibullying e acolhimento que envolve a participação ativa de estudantes, famílias e educadores na identificação e apoio a crianças em sofrimento emocional.
Para a psicopedagoga e conselheira familiar da Escola Atuação, Esther Cristina Pereira, os traumas na infância são capazes de deixar marcas duradouras na saúde emocional e física. “A criança é como uma esponja, absorve tudo! Mesmo situações aparentemente pequenas, como uma briga entre colegas mal resolvida ou um desentendimento entre os adultos, podem afetar profundamente a percepção que o estudante tem do ambiente escolar e de si mesmo”, explica a especialista.
As consequências dos traumas surgem aos poucos, manifestando-se em sintomas como dores, cansaço, falta de apetite, insônia, ansiedade, dificuldades de aprendizagem e até isolamento social. “O impacto emocional nem sempre é imediato, e reconhecer essa fragilidade exige um olhar sensível, constante e acolhedor por parte dos adultos”, afirma Esther.
Na Escola Atuação, a proteção do ambiente escolar e o acolhimento dos estudantes são prioridades, refletidas na ação chamada “Brigada Antibullying”. O objetivo da proposta é identificar rapidamente situações de bullying e discutir estratégias para combatê-las. Além de atuar na prevenção dessas práticas, o grupo também oferece um espaço seguro de escuta e apoio. A iniciativa conta com uma comissão formada por estudantes eleitos pelos próprios colegas, que se reúnem semanalmente com professores para analisar casos deixados anonimamente em caixas espalhadas pela escola.